segunda-feira, 22 de agosto de 2011

Shinichi Maruyama



Shinichi Maruyama nasceu em 1968 em Nagano (Japão). É engenheiro de imagem formado pela Chiba University e vive desde 2003 em New York (USA). Actualmente é artista plástico.
Maruyama cria esculturas de água, captadas através de uma câmera Phase One P45 que congela a imagem por breves segundos, dando origem a estas magníficas esculturas e fotografias.














http://www.shinichimaruyama.com
Federico Fellini

“Eu não escolhi ser realizador: foi o cinema que me escolheu a mim.”


Federico Fellini, nasceu a 20 de Janeiro de 1920 em Rimini (Itália) e faleceu a 31 de Outubro de 1993 em Roma (Itália), continua a ser encarado como uma das maiores referências do cinema do século XX.
Foi Premiado com quatro Óscares de Melhor filme em Língua Estrangeira pelos filmes: A Estrada (1954); As Noites de Cabíria (1957); Fellini 8 ½ (1963) e Amarcord (1973).
Em 1993 é-lhe atribuído o Óscar Honorário pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas.


FILMOGRAFIA DE FEDERICO FELLINI

Os Palhaços – I Clowns
Fellini 8 ½ - Otto e Mezzo
As Noites de Cabíria - Le Notti di Cabiria
A Doce Vida – La Dolce Vita
Roma de Fellini – Roma
Os Boas-Vidas – I Vitelloni
Amarcord – Amarcord
Entrevista – Intervista
Ginger e Fred – Ginger e Fred
E La Nave Va – E La Nave Va
A Cidade das Mulheres – La Città delle donne
O Ensaio de Orquestra – Prova d´orchestra
Casanova de Fellini – Il Casanova di Federico Fellini
Satyricon – Fellini – Satyricon
Julieta dos Espíritos – Giulietta degli spiriti
Boccaccio 70 - Boccaccio `70
A Estrada da Vida – La Strada
Amor na Cidade – L’ Amore in città
Abismo de um Sonho – Lo Sceicco bianco
Mulheres e Luzes – Luci del varietà


Fellini 8 ½


SINOPSE
Guido Anselmi é um realizador de cinema que tenta descontrair-se após o seu grande último êxito. No entanto, não consegue um momento de sossego, pois a sua mulher, a sua amante, o seu produtor e todos os amigos estão constantemente a pressioná-lo sobre uma coisa ou outra e procurando mais trabalho.
Ele luta com o seu consciente, mas não consegue uma ideia nova. Enquanto pensa, começa a recordar os grandes acontecimentos da sua vida e todas as mulheres que amou e abandonou.
Um filme autobiográfico de Fellini sobre as tentativas e adversidades de realização cinematográfica.


Recentemente revi este estrepitoso filme de Fellini e não posso deixar de sublinhar como perturbou todos os meus sensores artísticos. Fellini é catártico em todos os ângulos, contudo é necessário referir as grandes interpretações de Marcello Mastroianni e Claudia Cardinale.

terça-feira, 16 de agosto de 2011

Libertango - Ástor Piazzolla






Ástor Pantaleón Piazzolla, nasceu a 11 de Março de 1921 em Mar del Plata (Argentina) e faleceu a 4 de julho de 1992 em Buenos Aires (Argentina). Filho de imigrantes italianos, Vicente Piazzolla e Asunta Manetti, foi um bandeonista e compositor de Tango.
Em 1933 teve aulas de piano com Bela Wilde, um pianista húngaro discípulo de Serguéi Rachmaninov. Algumas de suas composições mais célebres são Libertango e Adiós Nonino.

rostos descalços | luís de aguiar





as mãos arranham o interior da carne,
pelos tendões, abrem as feridas, rompem
as palavras em sede. a sede. as mãos levam
nas falanges
o riacho das vogais, e esperam por ti,
para te acariciar os vários rostos, descalços,
enxutos, rostos que nasceram da rua para a rua.
e as mãos escondem o suor, escavam
com mais violência, a côncava do seio negro.
as mãos esgotam-se nos calos, as mãos
separam as espumas brancas das conchas raras,
e repousam o sopro com o peso do olhar.
as mãos, as mãos, as mãos.
só as mãos tecem o sangue nos desígnios
dos volumosos corpos.



as pessoas arrastam-se pelas ruas,
definham os seus rostos contra as montras.
petrificam-se sem a volúvel pele que as cobre,
procuram, incessantemente, nos vidros do céu,
um espelho, um deus. procuram a imagem
das suas vozes. são humanos, inalteráveis,
e arrastam-se em sorrisos longos, em sorrisos
moribundos, nos seus corpos gastos.
e nenhuma sílaba é arrancada das suas bocas,
nenhum eco, nenhuma vida.
as pessoas fingem serem pessoas e misturam-se
ao movimento dos carros, misturam-se à sede
dos cães vadios, misturam-se ao rastro de sangue
que as velhas casas deixam nas pálpebras de pele.
os corpos erguem os braços, quase que rasgam
os pulsos ou os ombros, recostam-se à luz dos dias
e voltam a arrastarem-se pelas ruas, cientes que
a solidão, um dia, há-de entrar numa gota de lume.



subias as escadas de lisboa, subias os degraus
com as pernas secas, moídas.
subias o teu corpo com uma chama silenciosa,
para roeres o interior da tua face, e tocares
a carne da tua alma. inspiravas o cheiro
das casas de alfama, o mijo na rua a misturar-se
com os teus sapatos rotos, com a pele calejada
pelo choro do teu filho, da tua mulher, da tua mãe.
subias os degraus até à tua fé, subias lentamente,
mesmo antes de te rasgarem a camisa
e roubarem-te as poucas moedas
que tinhas no bolso e que eram para a tua morte.


Prémio de Poesia Montijo Jovem 2005


Não existe nada tão mau, selvagem e cruel, na natureza, quanto os homens normais.



Hermann Hesse, nasceu a 2 de Julho de 1877 em Calw, (Alemanha) e faleceu a 9 de Agosto de 1962 em Montagnola (Suiça). Foi escritor, contista, ensaísta e poeta. Ganhou o Prémio Nobel da Literatura e o Prémio Goethe em 1946.